Oficialmente, a campanha eleitoral para o Parlamento Europeu começou ontem, mas os partidos já andam em campanha de facto há diversas semanas, dando grande destaque em particular aos cabeças de lista.
Como se sabe o meu cabeça de lista é Paulo Rangel. Por ele assino por baixo!
Mas há um outro candidato da lista do PSD que eu quero destacar: o eurodeputado Carlos Coelho que transita da anterior equipa e ocupa agora o segundo lugar na lista do PSD. Carlos Coelho terá a responsabilidade de transportar o testemunho do passado para Paulo Rangel.
Conheci Carlos Coelho nos saudosos anos do Liceu Nacional de Queluz, onde ambos fizemos os estudos liceais, durante as lutas políticas que se seguiram à Revolução de Abril. Era eu então militante da UEDP (União dos Estudantes pela Democracia Popular), organização da UDP para os estudantes. Carlos Coelho era já um destacado militante da JSD de Queluz. Estávamos, claro está, em campos opostos, nesses anos de radicalismos juvenis.
Nessa época a esquerda revolucionária dominava o movimento associativo do secundário e também no Liceu de Queluz. Mas, penso que em 1975 ou 1976, nas eleições para a Associação de Estudantes do liceu a minha lista perdeu as eleições para a lista de Carlos Coelho.
Nessa altura Carlos Coelho revelava já a sua forte vocação para a actividade parlamentar. Foi ele o grande dinamizador das Assembleias de Delegados de Turma, que ele dirigia como se de um parlamento político de tratasse. Lembro-me dele chamar os delegados de turma por "senhores deputados" levando muito a sério as suas funções.
Na revista "Educação" viria até a publicar diversos artigos onde desenvolveu o seu pensamento sobre a actividade "parlamentar" nas escolas, para além de outros temas do nosso sistema de ensino. Era óbvio que Carlos Coelho tinha uma carreira política no seu horizonte e trabalhava dedicadamente para a prosseguir.
Ainda muito jovem tomou o lugar deixado por Natália Correia na Assembleia da República e mais tarde iria para o Parlamento Europeu, onde tem sido um dos mais produtivos e intervenientes deputados.
A mim, a vida fez evoluir da esquerda revolucionária, que deixei há mais de 25 anos, para a social-democracia e reencontrei-o talvez há uns dois anos, numa acção de campanha de apoio a Luís Marques Mendes e depois no apoio a Manuela Ferreira Leite desde a primeira hora.
Estou certo que já naqueles debates no Liceu de Queluz, Carlos Coelho sabia que um dia seria deputado europeu. Eu é que ainda não sabia que iria votar nele.
3 Comments:
Limito-me a uma pergunta.
Será que Carlos Coelho não tem condições para continuar a ser o nº 1 do PSD nas europeias?
Ou Manuela Ferreira Leite quer fazer rejuvenescer as ideias, dando o lugar a Paulo Rangel, na minha opinião uns furos abaixo de Carlos Coelho?
Caro António,
O Carlos Coelho não era o nº 1 do PSD no Parlamento Europeu. Se não estou enganado era o 5º deputado e o facto de ser o único a continuar e subir para a 2ª posição significa da parte de Manuel Ferreira Leite são só uma profunda renovação como o reconhecimento da qualidade de Carlos Coelho, aliada à sua ainda juventude (salvo erro 47 anos).
Não comparo Paulo Rangel com Carlos Coelho. Os dois são muitos bons e diferentes nos seus percursos políticos.
Para bem do PSD estão os dois juntos!
Fiz confusão.
Peço desculpa.
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