quarta-feira, 27 de maio de 2009

Quem tem medo de Manuela Moura Guedes?

"A peixeirada entre Manuela Moura Guedes e António Marinho Pinto não foi um momento edificante, é certo. Mas convinha que ela não fosse aproveitada para alimentar o desejo mal escondido de muito boa gente: acabar de vez com o Jornal Nacional de sexta-feira e enviar Moura Guedes de volta para a prateleira da TVI. Os defensores do Portugal compostinho certamente aplaudiriam a decisão, com o argumento de que "aquilo não é jornalismo". Só que o País ficaria a perder. Porque apesar do sensacionalismo e da ocasional falta de rigor do seu Jornal Nacional - que deve ser apontado quando ocorre, se necessário aos gritos, como fez Marinho Pinto -, há ali um desejo de incomodar, de denunciar, de escarafunchar, de meter o nariz nos podres do poder que a comunicação social portuguesa precisa como de pão para a boca.

Manuela Moura Guedes não é a pivot com que eu mais gosto de acompanhar o jantar. No entanto, ainda sei distinguir o estilo do conteúdo. O facto de ela despejar o frasco da demagogia por cima de todos os textos que lançam as peças, sempre com aquele tonzinho de "isto é tudo uma corja", não significa que as notícias do Jornal Nacional, em si, não sejam relevantes. Hoje em dia nós aguardamos pelo telejornal de Moura Guedes como no tempo do cavaquismo aguardávamos pelo Independente. Ora, esse "deixa cá ver de que forma é que eles vão estragar o fim-de-semana ao primeiro-ministro" é de uma enorme importância num país como Portugal, cuja cultura democrática está ligeiramente acima da da Venezuela e o Governo tem um poder absolutamente excessivo sobre as nossas vidas.

Dir-me-ão que aquilo é desequilibrado e injusto. Muitas vezes, sim. Tal como o Independente. E para dirimir os excessos existem tribunais. O próprio Independente foi condenado em vários processos - mas o seu papel foi inestimável. É que o que está em causa não é a nossa identificação com aquele tipo de noticiário. É, isso sim, a defesa da sua existência num país onde o primeiro-ministro diz que um dia feliz é um dia em que o seu nome não sai nos jornais, lapso freudiano bem revelador do seu desejo de silenciar. As intervenções histriónicas de Manuela Moura Guedes estão à vista de todos, e por isso ela está sujeita a ser criticada da mesma forma que critica. O que não está à vista de todos - e por isso é bastante mais perverso - são os jornalistas que calam, que não arriscam, que se retraem com medo das consequências. O Jornal Nacional tem muitos defeitos, mas pelo menos tem uma independência e uma capacidade de incomodar que advém da mais preciosa das liberdades: a das empresas que têm sucesso, dão dinheiro, e não precisam dos favores do Estado. Em Portugal, infelizmente, isso é um bem raro. Convém proteger os casos que existem."

Por João Miguel Tavares, hoje no Diário de Notícias

terça-feira, 26 de maio de 2009

Quando perdi para Carlos Coelho...

Oficialmente, a campanha eleitoral para o Parlamento Europeu começou ontem, mas os partidos já andam em campanha de facto há diversas semanas, dando grande destaque em particular aos cabeças de lista.

Como se sabe o meu cabeça de lista é Paulo Rangel. Por ele assino por baixo!

Mas há um outro candidato da lista do PSD que eu quero destacar: o eurodeputado Carlos Coelho que transita da anterior equipa e ocupa agora o segundo lugar na lista do PSD. Carlos Coelho terá a responsabilidade de transportar o testemunho do passado para Paulo Rangel.

Conheci Carlos Coelho nos saudosos anos do Liceu Nacional de Queluz, onde ambos fizemos os estudos liceais, durante as lutas políticas que se seguiram à Revolução de Abril. Era eu então militante da UEDP (União dos Estudantes pela Democracia Popular), organização da UDP para os estudantes. Carlos Coelho era já um destacado militante da JSD de Queluz. Estávamos, claro está, em campos opostos, nesses anos de radicalismos juvenis.

Nessa época a esquerda revolucionária dominava o movimento associativo do secundário e também no Liceu de Queluz. Mas, penso que em 1975 ou 1976, nas eleições para a Associação de Estudantes do liceu a minha lista perdeu as eleições para a lista de Carlos Coelho.

Nessa altura Carlos Coelho revelava já a sua forte vocação para a actividade parlamentar. Foi ele o grande dinamizador das Assembleias de Delegados de Turma, que ele dirigia como se de um parlamento político de tratasse. Lembro-me dele chamar os delegados de turma por "senhores deputados" levando muito a sério as suas funções. 

Na revista "Educação" viria até a publicar diversos artigos onde desenvolveu o seu pensamento sobre a actividade "parlamentar" nas escolas, para além de outros temas do nosso sistema de ensino. Era óbvio que Carlos Coelho tinha uma carreira política no seu horizonte e trabalhava dedicadamente para a prosseguir.

Ainda muito jovem tomou o lugar deixado por Natália Correia na Assembleia da República e mais tarde iria para o Parlamento Europeu, onde tem sido um dos mais produtivos e intervenientes deputados.

A mim, a vida fez evoluir da esquerda revolucionária, que deixei há mais de 25 anos, para a social-democracia e reencontrei-o talvez há uns dois anos, numa acção de campanha de apoio a Luís Marques Mendes e depois no apoio a Manuela Ferreira Leite desde a primeira hora.

Estou certo que já naqueles debates no Liceu de Queluz, Carlos Coelho sabia que um dia seria deputado europeu. Eu é que ainda não sabia que iria votar nele.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ainda cheira a Pinho queimado...


GERAÇÃO MAIZENA

Por Sofia Galvão, no "Expresso" de 24/05/09

Estão por aí, em todo o lado, disponíveis para um país que lhes vira as costas. São a 'geração Maizena'. Arredados dos corredores do poder. Pelos doutores Pinhos desta vida.

"O dr. Paulo Rangel tem que comer muita papa Maizena antes de chegar aos calcanhares do dr. Basílio Horta!"...

A frase deu manchetes e primeiras páginas coloridas. Mas, como tudo o resto, logo foi esquecida. E talvez não devesse.

Manuel Pinho pôs-se na posição do ancião, senhor do juízo último sobre o estatuto dos demais. Nesse palanque, estabeleceu uma hierarquia entre Paulo Rangel e Basílio Horta. E alvitrou que, para vencer a distância, Paulo Rangel deveria crescer.

Se fosse vista por um estrangeiro, a cena soaria muito estranha. É claro que não saberia o estrangeiro que uma certa geração se julga dona e senhora da democracia portuguesa.

Embora tenha acedido ao poder há muito pouco tempo, Pinho depressa passou para o lado dos que tratam a democracia como coisa sua. E, como todos os conversos, a sua defesa é veemente e implacável. Rangel é apontado como o usurpador. E, ainda por cima, um usurpador atrevido, já com veleidades de comentar adultos quando, na menoridade dos seus 41 anos (!), mal deixa os cueiros.

Esquecer depressa de mais esta história é, afinal, recusarmo-nos a perceber uma das mais sérias patologias da nossa democracia. O seu fechamento em torno de alguns, poucos, identificados geracionalmente com aqueles que fizeram o 25 de Abril, antes deste, a resistência ao Estado Novo e, depois, o PREC e o 25 de Novembro.

"Paulo Rangel não fez nada disso. Por uma razão simples: era uma criança. Enquanto os outros preparavam ou faziam a revolução, ele aprendia a ler e a contar.

Apesar disso, ou talvez por causa disso, é, seguramente, uma lufada de ar fresco na nossa política recente. É diferente, bem preparado, gosta da reflexão tanto quanto da acção, vem da sociedade civil, tem uma carreira profissional sólida. Não precisa da política, mas gosta dela. Entrega-se-lhe com sentido cívico e com ela firma um compromisso moral.

Aliás, é bom notar que Paulo Rangel não é o único. É apenas um dos poucos que conseguiram romper a blindagem do regime. Mas há mais, muito mais. Gente válida, com sucesso nos seus percursos profissionais. Gente interessada na coisa pública e genuinamente empenhada em causas colectivas.

Estão por aí, em todo o lado, disponíveis para um país que lhes vira as costas. À espera de um sinal, de uma abertura, de uma razão para intervir. Da política, não querem benesses, nem estatuto, nem dinheiro. Tudo isso arranjariam noutro lado. Da política apenas gostariam de ter a oportunidade de participar na construção de um país capaz de futuro e ambição.

São a Geração Maizena. E estão aí. Arredados dos corredores do poder. Pelos doutores Pinhos desta vida."


A mente perigosa de Ana Gomes...

Esta semana a socialista Ana Gomes deixou-me baralhado: já não sei se ela é candidata à Câmara de Sintra, se candidata ao Parlamento Europeu ou se candidata à Câmara de Lisboa. E a minha confusão tem alguma razão de ser. A eurodeputada Ana Gomes acusou Pedro Santana Lopes, de "parolice" e de "provincianismo abjecto" e de despesismo, por tentar contratar o arquitecto Frank Gery para remodelar o Parque Mayer.


Diz ela que sentiu "uma grande fúria quando em Lisboa, por um provincianismo abjecto, se encomendou não se sabe bem o quê ao arquitecto americano e quando em Portugal há arquitectos de extraordinária qualidade e reconhecidos internacionalmente", durante um encontro de candidatos socialistas ao Parlamento Europeu com arquitectos da escola do Porto.


Ana Gomes terá imensas razões para criticar a gestão de Santana Lopes e até, admito, a decisão de escolher Frank Gery para o projecto do Parque Mayer. Mas Ana Gomes usou o único argumento que, para mais na "escola do Porto" não podia utilizar.


É que hoje também a arquitectura é uma actividade empresarial e artística global e os seus maiores representantes já não se limitam aos mercados internos dos seus países, construíndo obra em todo o mundo. Ana Gomes falou perante arquitectos da "escola do Porto" precisamente a escola do nosso arquitecto mais internacional, Álvaro Siza Vieira, que tem obra construída pelo menos em Espanha, Holanda , Alemanha e Brasil, para citar apenas de memória.


Achará Ana Gomes que os governantes locais ou nacionais desses países deviam ter rejeitado Álvaro Siza Vieira pela simples razão de ser um estrangeiro, não caindo no tal "provincianismo abjecto" de que acusa Santana Lopes?


Ou será que Ana Gomes estava a criticar a "parolice", o "provincianismo abjecto" e o "despesismo" do Governo de José Sócrates ao escolher o arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha para o projecto do novo Museu dos Coches, a construir em Belém?


Há momentos na vida em que o silêncio é de ouro.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Eu assino por baixo!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A arquitectura aos arquitectos

No passado dia 15 de Maio a Assembleia da República aprovou a Proposta de Lei nº 166/X, que define a qualificação profissional exigível aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de projectos, fiscalização e direcção de obras públicas e particulares. Finalmente ficará revogado o tristemente célebre Decreto-Lei nº 73/73, que sendo provisório regulou durante 36 anos a actividade de autoria dos projectos e direcção de obra.


Finalmente os projectos de arquitectura passarão a ser da responsabilidade quase exclusiva dos arquitectos, uma vez que o novo quadro jurídico define com clareza o campo de actuação das diversas classes profissionais no processo da urbanização e edificação. A nova Lei deverá entrar em vigor 90 dias após a sua publicação no Diário da República, altura em que voltarei a este assunto.

O novo regime jurídico agora aprovado recebeu a votação favorável de quase todos os partidos representados no Parlamento. Apenas o PCP optou pela abstenção não se juntando a este momento histórico para o arquitectos de revogação duma das mais injustas leis do antigo regime.

Contradições do Partido Comunista Português...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

XIV Encontro Nacional de Municípios com Centro Histórico

Amanhã não estou cá, vou rumar a Beja para o XIV Encontro Nacional de Municípios com Centro Centro Histórico, sobre o tema "Viver e Usar os Centros históricos", que decorre entre 14 e 16 deste mês, naquela cidade alentejana.

O programa, para além dos debates com especialistas no assunto, contempla ainda visitas guiadas ao centro histórico de Beja e aos municípios vizinhos de Serpa e Mértola.

No regresso prometo reportagem completa e devidamente ilustrada com fotografias.

A miopia do Magalhães

O famoso computador Magalhães pode fazer disparar os casos de miopia entre as crianças devido ao tamanho do portátil e das letras, que obrigam a uma leitura muito próxima, alerta a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).

"Com o uso cada vez maior do computador e, neste caso, de um portátil que ainda é mais pequeno, com letras mais pequenas, em que se procuram distâncias de leitura cada vez mais próximas, o número de miopias com certeza vai aumentar em flecha", disse Augusto Barbosa, coordenador do Grupo Português de Ergoftalmologia, da SPO, defendendo que o Governo deve informar e sensibilizar a população para a importância da ergonomia visual. "Se se preocuparam em colocar o Magalhães nas escolas, também deveriam alertar para alguns cuidados a ter com o uso dos computadores, prevenindo o aparecimento de patologias do foro ocular."

Para Augusto Barbosa, a entrega do famoso portátil deveria ser acompanhada de informação que pudesse "sensibilizar os pais para os problemas que poderá ter o uso exagerado do computador".

A SPO alerta que o uso inadequado e excessivo do computador pode afectar a visão. "Já se fala em síndrome da visão de computador e acredita-se que o aumento da prevalência da miopia, da hipermetropia, do cansaço ocular e do olho seco está relacionado com a utilização crescente das novas tecnologias", frisou.

A síndrome do olho seco pode resultar em situações mais graves, como a formação de micro-úlceras na córnea, que podem levar à "incapacidade para algumas actividades comuns do dia-a-dia".

"Habitualmente, pestanejamos 20 a 25 vezes por minuto, mas, em frente ao computador, pode haver uma redução de 10 a 20 % no número de pestanejos, abrindo-se caminho para a sensação de ardor e irritabilidade", disse.

A postura, a distância em relação ao ecrã, o tempo passado em frente ao mesmo e as condições envolventes podem levar a problemas oftalmológicos e até de outro foro, como é o caso das enxaquecas, das cefaleias, das dores lombares ou dos espasmos musculares.

Para evitar o aparecimento das doenças oftálmicas relacionadas com os computadores, a SPO informa que o ecrã deve estar 10 a 25º abaixo do nível do olhar, a iluminação e o brilho envolventes devem ser equilibrados (evitar os reflexos), o monitor tem de estar limpo, os olhos devem estar a 50 ou 60 centímetros de distância do ecrã e fazer pausas de cinco a dez minutos por cada hora de trabalho.


(a partir da notícia do JN)

terça-feira, 12 de maio de 2009

O MEDO

Cada vez mais o medo invade as nossas vidas. O medo de pensar diferente, o medo de falar diferente, o medo de SER diferente e com isso perder o emprego, a promoção, a avaliação. Vivemos na terra do medo, quase todos temos medo de alguma coisa que não nos devia atemorizar. Mas a vida não está fácil e neste Portugal de Abril o medo ainda é quem mais ordena. O medo é antigo e atávico. Achei este poema de Carlos Drummond de Andrade, escrito em 1945, mas poderia ter sido hoje. Em Portugal.

O MEDO

A Antonio Candido
"Porque há para todos nós um problema sério...
Este problema é o do medo."
(Antonio Candido, Plataforma de Uma Geração)

Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas

do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.


Carlos Drummond de Andrade

O ministro dos amigos

Julgávamos nós que os ministros existem para tomar conta dos nobres assuntos da governação do país. Por isso existem em todas as áreas necessárias: há-os da cultura, do ambiente, das obras públicas, das finanças, dos assuntos sociais, etc...etc...etc...


Manuel Pinho, que julgávamos ministro da economia, revelou esta semana que não, que ele está lá para defender os amigos. E o amigo é Basílio Horta, alto quadro da administração pública tutelado por Manuel Pinho, que veio a terreiro intrometer-se na campanha eleitoral para as europeias fazendo azedas críticas a um candidato da oposição, no caso Paulo Rangel. Que como se sabe não é de levar para casa e respondeu lembrando a Basílio Horta o seu dever de imparcialidade não podendo, enquanto funcionário do Estado, tomar parte das disputas eleitorais.

Calou-se Basílio Horta, mas o seu ministro logo atirou para a comunicação social que para lhe chegar aos calcanhares Paulo Rangel ainda tinha de "comer muita papa Maizena".

Revelado estava o nível do argumentário de Manuel Pinho, que ainda teve a lata de se justificar dizendo que tinha de "defender os amigos" e que Basílio Horta é seu amigo.

Manuel Pinho afinal é ministro da defesa... dos seus amigos. O país e a economia podem esperar.

A casa mais barata do mundo...

A indiana Tata, que ficou conhecida em todo o mundo com a criação do carro mais barato da história da indústria automóvel, o Nano, vai agora lançar também a casa mais barata do Mundo.
O objectivo é vender as casas mais baratas do mundo às populações de baixos rendimentos em Mumbai, na Índia.
As «Casas Nano», da Tata Housing, serão colocadas à venda a partir de 390 mil rupias (cerca de 6.000 euros). Alguns destes apartamentos, de apenas 26 m2, contam com uma única assoalhada, com sala, cozinha e quarto no mesmo espaço.
Mas há outras opções mais caras, como os apartamentos com 43 m2 que com cozinha e quarto separados e estarão à venda por 670 mil rupias (cerca de 10.000 euros).
O conceito Nano, usado nos carros e agora nas casas, destina-se a famílias pobres que sonham com automóvel e habitação próprios. «Esta é uma grande oportunidade para servir aqueles que estão na base da pirâmide», disse Brotin Banerjeee, director da Tata Housing. «A nossa inspiração são os milhões de indianos que não podem comprar as suas casas e que moram nas favelas».
O primeiro complexo residencial de Casas Nano está em construção em Boisar, uma pequena cidade situada e 96 km de Mumbai. Contará com mil residências, hospital, escola, parque infantil e jardins.
No final do ano, o objectivo da empresa é estender o projecto à capital, Nova Deli, e a Bangalore.

Inauguração do Parque José Afonso

A reportagem completa e as fotos da inauguração do Parque José Afonso, na cidade espanhola de Santiago de Compostela está em http://vejambem.blogspot.com/. Vão lá ver que vale a pena.

domingo, 10 de maio de 2009

Parabéns aos vencedores.

"Parque José Afonso", em Santiago...

A cidade de Santiago de Compostela, em Espanha, fez hoje uma homenagem ao Zeca, inaugurando o "Parque José Afonso", por proposta dum grupo de intelectuais e artistas que promoveram um abaixo-assinado (aqui reproduzido) ao Alcaide local que acolheu a sugestão. 

A imprensa nacional portuguesa, tão farta em notícias menores, quase não falou desta iniciativa. A TSF, no programa "Sinais" do jornalista Fernando Alves (tinha de ser o Fernando Alves, sempre com os olhos postos no mundo...) assinalou o facto numa das suas crónicas da passada semana. Vale a pena procurar a gravação audio no sítio da TSF e ouvir as palavras de Fernando Alves. Vão lá.

D. Xosé A. Sánchez Bugallo 
Alcalde de Santiago de Compostela 


Sr. Alcalde: 

O pasado día 23 de febreiro cumpríronse 19 anos da morte en Setubal (Portugal) do artista portugués José Afonso. Músico, poeta e cantor, José Afonso acadou en tódalas súas actividades artísticas un nivel de calidade que o levou a ser considerado como unha das máis importantes figuras da música popular mundial.
José Afonso foi ademais un home solidario, un loitador incansable pola liberdade e un exemplo de compromiso cos máis desfavorecidos, mantendo ó longo da súa vida unha traxectoria éticamente exemplar.
José Afonso foi ademais un gran amigo de Galicia. Viaxou ó noso país en numerosas ocasións cantando en diversas cidades, entre elas Santiago, mantendo contactos con intelectuais e artistas e exercendo unha importante influencia na música galega.
A súa presencia xenerosa en intres de enorme dificultade para o noso país foi unha lección de solidariedade que non podemos nin debemos esquecer.

Estes motivos abondarían para que José Afonso fora merecedor de respecto e admiración por parte de tódolos galegos. Pero José Afonso escolleu ademais a cidade de Santiago para interpretar por vez primeira en público con carácter de estrea mundial a súa canción “Grândola, vila morena”, no recital celebrado no Burgo das Nacións na tarde do 10 de maio de 1972. Esa canción converteríase, sen el sabelo nin pretendelo, dous anos máis tarde no sinal e símbolo da Revolución do 25 de abril, que derrubou á dictadura e devolveu a liberdade ó pobo portugués nun dos acontecementos máis fermosos da historia contemporánea.

A canción “Grândola, vila morena” e a figura de José Afonso representan pois os mellores anceios de liberdade, igualdade e fraternidade que aniñan nos corazóns de tódolos demócratas, sentimentos que temos a obriga de promover e defender.

Por estes motivos, considerando que a nosa cidade ten unha débeda de gratitude con José Afonso, dirixímonos a Vde. para solicitar que promova as accións necesarias a fin de que o Concello de Santiago adopte o acordo de dar o nome de José Afonso a unha rúa ou praza da cidade.

Os promotores e comentarntes desta proposta queremos expresar ó Sr. Alcalde e ó Concello de Santiago a nosa vontade de colaborar nesta iniciativa na medida das nosas posibilidades, poñéndonos á total disposición das autoridades municipais.

Santiago, a 5 de maio de 2006.

sábado, 9 de maio de 2009

Elisa Ferreira só vai lá assinar o nome...

Segundo notícia do jornal Público, Elisa Ferreira, candidata ao Parlamento Europeu na lista de Vital Moreira terá afirmado numa visita efectuada na sexta-feira a um lar de idosos do Porto: "Eu vou ao Parlamento Europeu assinar o nome. Quero é vir para cá, para o Porto".
No fundo Elisa Ferreira sabe que vai perder contra Rui Rio a disputa pela Câmara do Porto e por isso (mais vale prevenir...) é candidata ao Parlamento Europeu, onde tem a eleição garantida na lista do PS. Mas Elisa Ferreira não está lá nem está cá, está algures a meio entre o desejo de ser Presidente da CMP e a realidade de ser deputada europeia.
Se outras razões não tivesse, e tenho muitas, Elisa Ferreira acaba de me dar uma outra razão para votar em Paulo Rangel e na sua lista, para o Parlamento Europeu.
É que os candidatos do PSD às europeias vão de corpo inteiro, sem escondidos ou manifestos desejos de regresso em Outubro. 

Vão servir a Europa e os portugueses no Parlamento Europeu. Não vão lá para assinar o ponto e regressar a casa.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A frase do dia

«Um bebé que nasça hoje já vem com três coisas - pai, mãe e a dívida do engenheiro Sócrates», diz Joaquim Biancard Cruz, candidato da JSD às europeias.



domingo, 3 de maio de 2009

À minha mãe, esteja ela onde estiver...

Frida Kahlo (1907-1954)



A propósito do filme "Frida", sobre a vida e obra da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954), que a RTP2 acabou de exibir. Para despertar a curiosidade e o interesse em conhecer melhor.

sábado, 2 de maio de 2009

Malhar no PS é próprio do PS...


José Sócrates, na pele de secretário-geral do PS, continua a exigir ao PCP um pedido de desculpas formal e público pela agressão a Vital Moreira, na manifestação do 1º de Maio. 

E tem razão José Sócrates. É que o direito a malhar e insultar os socialistas está há muito reservado aos militantes do PS. 

Era só o que faltava virem agora meia dúzia de comunistas tresloucados comportarem-se como dedicados militantes do PS de Felgueiras ou de Matosinhos...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Tudo em aberto nas eleições europeias.

Ficha Técnica

Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 25 e 26 de Abril de 2009. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram seleccionadas aleatoriamente dezanove freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II (2001) e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A selecção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das eleições europeias de 2004 e legislativas de 2005 nessas freguesias estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos, ponderado o número de inquéritos a realizar em cada freguesia. Os domicílios em cada freguesia foram seleccionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o mais recente aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1244 inquéritos válidos, sendo que 53% dos inquiridos eram do sexo feminino, 40% da região Norte, 18% do Centro, 32% de Lisboa e Vale do Tejo, 5% do Alentejo e 5% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população com 18 ou mais anos residente no Continente por sexo (2007), escalões etários (2007) e qualificação académica (2001), na base dos dados do INE, e por região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral. A taxa de cooperação foi de 77%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1244 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.

Vital foi à fonte e partiu a cantarinha...

Vital Moreira, foi hoje agredido e insultado na manifestação do 1º de Maio da CGTP. Na opinião do próprio tratou-se uma vingança por ele ter saído do PCP, facto que já ocorreu há mais de 20 anos. Grande era o desejo de ajuste de contas que resistiu a tamanha espera...

De qualquer modo o que parece ter sido um acto tresloucado, pessoal e expontâneo de dois ou três manifestantes, tornou-se no facto político do dia e muito provavelmente do fim-de-semana, uma espécie de ajuste de contas no seio duma certa esquerda. Carvalho da Silva (CGTP) justificou a agressão com a dificuldade em que vivem os portugueses, não a condenando expressamente.

Se fosse Manuela Ferreira Leite o que não diriam...

Jerónimo de Sousa (PCP) diz que não comenta o que não viu, mas que as televisões todas transmitiram.

Se fosse Manuela Ferreira Leite o que não diriam...

Miguel Portas (BE) condenou a agressão mas... justifica-a com a insatisfação dos trabalhadores.

Se fosse Manuela Ferreira Leite o que não diriam...

Vitalino Canas (PS) veio logo dramatizar o incidente tentando responsabilizar directamente o PCP e a CGTP, para retirar dividendos políticos com a agressão ao candidato do PS às europeias.

Se fosse Manuela Ferreira Leite o que não diriam...

Nuno Melo (CDS) e Paulo Rangel (PSD) condenaram simplesmente e solidarizaram-se com Vital Moreira, lembrando que em democracia as divergências não se resolvem no confronto físico e no insulto.

Também acho, mas não teria sido mais prudente que o PS não enviasse, em sua representação, um ex-comunista e agora candidato socialista em plena pré-campanha eleitoral, para o meio duma manifestação da CGTP que se sabia crítica do Governo? Não que a condição de ex-comunista possa justificar e reduzir a liberdade de expressão política de Vital Moreira, mas muitas vezes as acções tresloucadas são reacções a provocações evitáveis.

Vital Moreira foi à fonte e partiu a cantarinha...

Maio maduro Maio, quem te pintou...

Quem quer casar com a Carochinha?


Está quieta, Virgínia

Miguel Esteves Cardoso, Ainda ontem, no Público 

 


Antigamente vigorava uma salaz e invejosa boçalidade entre os carroceiros de Portugal. A fórmula fixa para lidar com mulheres incompreensíveis era "Elas são virgens/futebolistas/fufas/bem sucedidas na vida/etc./ porque ninguém lhes pega". Era um queixume transparente: o "ninguém lhes pega" traduzia-se sozinho para "porque não me ligam nenhuma". Ainda bem que isso já acabou.

 

A maneira saudavelmente entediada como a imprensa tem tratado o Clube de Virgens de Margarida Menezes explica por que é que a fundadora continua a ser a única sócia. Ela diz que as virgens têm vergonha de se assumirem, porque ser virgem "é confundido com não ter vida social". Mas será?

 

Não é de serem virgens que têm vergonha mas de pertencer a um clube de tais. O estigma não está na virgindade. Está na associação. Ser virgem particular ou pública funciona. Mas ser virgem pública juntamente com outras virgens públicas apetece pouco ao nosso povo. Para quê? Para dar força? Para esperar? Para pedir um subsídio? Para fazer um baile?

 

É como fazer um clube de pessoas que nunca foram à Argentina e que se juntam para discutir as suas experiências de não ter ido à Argentina; como afectou as suas vidas e como reagir à atitude sobranceira das que já foram. A ideia com que se fica é que a coisa que mais querem na vida é ir à Argentina. Com o clube das virgens é a mesma coisa: é mais um clube de quem espera deixar de ser, logo que apareça o homem ideal. Ou então não.

Edifício da Ópera de Oslo vence Prémio Mies van der Rohe de Arquitectura

O edifício da Ópera de Oslo, da autoria do atelier norueguês Snøhetta foi o vencedor do Prémio Mies van der Rohe. À final do concurso, que não contou com nenhuma obra de autores portugueses chegaram 5 projectos que incluíam o Zenith Music Hall, em Estrasburgo (França) do Estudio Fuksas, a Universidade Luigi Bocconi, em Milão (Itália) dos Grafton Architects, o Centro Multimodal Nice Tramway, em Nice (França) do Atelier Marc Barani, e a Bilblioteca, Centro para Seniores e Pátio Interior, em Barcelona (Espanha) dos RCR Arquitectes.