segunda-feira, 30 de março de 2009

Freeport: vemos, ouvimos e lemos.


Vemos, ouvimos e lemos.

Na noite da passada 6ª feira a TVI divulgou o som duma gravação em DVD onde Charles Smith e João Cabral, da Smith & Pedro, envolviam o actual primeiro-ministro português, José Socrates, no recebimento ilícito de dinheiro pela aprovação do Freeport, em Alcochete, quando era Ministro do Ambiente.

Vemos, ouvimos e lemos.

Durante o fim de semana passado o actual Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, disse à comunicação social que existem pressões sobre os juízes que estão encarregues de investigar o caso Freeport.

Vemos, ouvimos e lemos.

Em toda esta história muitas foram as justificações avançadas para a reprovação inicial e depois para a aprovação final do projecto do Freeport, já com o Governo de António Guterres em gestão corrente.

Vemos, ouvimos e lemos.

Mas continuamos sem entender como é possível delimitar uma ZPE, Zona de Protecção Especial, e depois alterar os seus limites retirando-lhe a área de implantação do Freeport.

Vemos, ouvimos e lemos. Com diz a velha canção de Francisco Fanhais "não podemos ignorar". É certo que nada está provado e que até prova em contrário todos somos inocentes perante a justiça. Mas por muito menos já vimos ministros a serem demitidos ou a demitirem-se. Carlos Borrego, num Governo de Cavaco Silva, por causa duma anedota sobre alentejanos contada em público. António Vitorino, num Governo de António Guterres, por causa dum pagamento de sisa.

Até prova em contrário somos todos inocentes, mas eu não gosto de viver num país governado por um homem sobre o qual recaiem tão insistentes e concretas acusações na opinião pública.

A bem da transparência democrática e da imagem de Portugal, dentro e fora de portas, o PS já deveria ter substituído José Socrates no Governo, enquanto todas as dúvidas não fossem totalmente esclarecidas.

2 Comments:

Anónimo said...

Há algo que permite a especulação em torno deste facto.
A justiça portuguesa não funciona.
Cinco anos não são suficientes para ter uma decisão certa, por forma a clarificar tudo e acabar com o diz-que-disse?
Não acuso nem ilibo o primeiro ministro.
Apenas exijo, como cidadão, que tudo se clarifique urgentemente.

Cleopatra said...

Urgentemente mas com certezas ou, pelo menos, com a certeza de que não há certezas, se tiver de ser.