Fernando Nobre, o conhecido Presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) vai anunciar publicamente a sua candidatura à presidência da República, na próxima sexta-feira, em Lisboa.
Recordando algumas notícias dos últimos dias acaba por não ser completamente novidade, embora não seja conhecida uma grande apetência de Fernando Nobre pela carreira política. Pelo menos até aqui.
Mas esta não é certamente a melhor notícia para Manuel Alegre, já em plena pré-campanha eleitoral. É que Fernando Nobre, que foi membro da comissão de honra de Mário Soares em 2006 e mandatário do Bloco de Esquerda na últimas eleições europeias, parece reunir condições para disputar ao poeta o seu eleitorado potencial, ou seja, uma boa parte do PS e outra boa parte do BE.
Neste cenário dificilmente qualquer deles poderá disputar a vitória ao actual Presidente da República que certamente não deixará de se candidatar ao segundo mandato.
Dizem as más línguas que não se trata duma verdadeira candidatura gerada pela sociedade civil, onde Fernando Nobre goza de grande prestígio, mas sim duma jogada de mestre da política dos soaristas, que ainda não teriam perdoado a Manuel Alegre a derrota de Mário Soares nas últimas eleições presidenciais.
Veremos se as más línguas têm razão.
Veremos de a "vingança" soarista também se serve fria.
3 Comments:
Não duvido que estejamos perante uma jogada planeada para dividir votos.
Mas, a ser assim, o que ganhariam as hostes soaristas com isso?
Tentando impedir Manuel Alegre, com a tal "vingança" - único gesto que faz sorrir Soares neste cenário - tornaria mais consistente a desejada (por quem?) continuidade de Cavaco.
Não está em causa Fernando Nobre, enorme cidadão e pessoa virada para as grandes iniciativas sociais (por exemplo AMI).
Afinal tanto se criticou o "encosto" de Alegre ao Bloco de Esquerda (de quê?) e apostam num eventual candidato que terá, necessariamente o apoio do BE?
Quem derrotou Mário Soares não foi M. Alegre. Foi o Sócrates.
O Bloco de Esquerda não é nada politicamente.
Não percamos tempo com desperdícios políticos na verdadeira acepção da ética política.
Não quero dizer com isto que os outros tenham ética.
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