domingo, 21 de fevereiro de 2010

É hora de solidariedade com a Madeira

A fúria da natureza abateu-se hoje sobre a ilha da Madeira com uma violência jamais vista e impossível de prever. As fortes chuvadas que hoje caíram pela manhã, em particular no Funchal, mas também por toda a ilha, provocaram 32 mortes já confirmadas e mais de 60 feridos, podendo ainda existir mais desaparecidos.

Também os prejuízos materiais são muitos elevados e provocaram enormes danos nas estruturas públicas da ilha e também em muitos bens privados, obrigando à mobilização de todos os recursos de protecção civil da região e ainda de alguns nacionais.

Como sempre acontece nestas tragédias apareceram logo alguns apressados a fazer política e a apontar razões para a desgraça: a fúria incontrolável da natureza e/ou a incuria dos homens com o todos erros de ordenamento do território.

Se é inquestionável a fúria da natureza na tempestade que se abateu sobre a Madeira, já a avaliação dos erros de ordenamento do território e a sua responsabilidade na tragédia merece uma avaliação mais ponderada e prolongada, impossível de fazer neste momento e deste modo, mas necessária no futuro.

Agora, o tempo é de solidariedade com a Madeira e de acudir a quem precisa de ser apoiado.

Cão Azul, com sentido de humor...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cortei o cordão umbilical com a PT...

Tenho em casa uma assinatura de serviço telefónico da PT, mais uma assinatura de internet ADSL do Sapo, do grupo PT, antes tinha uma assinatura RDIS da Telepac, do grupo PT.

Tenho noutra casa uma assinatura de serviço telefónico da PT, mais uma outra assinatura de internet ADSL do Sapo, antes tinha uma assinatura RDIS da Telepac.

Já mudei várias vezes de casa e de carro. E uma vez de partido.

Casei-me uma vez, descasei-me e voltei a casar outra vez.

Nunca mudei de clube: quem nasce, morre lampião.

E parecia que jamais me separaria da PT, como se fosse o meu Benfica.

Como muitos portugueses a PT fazia parte da minha vida e parecia que não podia passar sem ela. Já foi assim, quando a PT tinha o monopólio do negócio das telecomunicações, tinha também um cordão umbilical com cada lar português.

Há muito que o monopólio se foi, mas o cordão umbilical teimava em ficar.

Este ano decidi fazer contas, que os tempos não estão para facilidades, e cheguei à conclusão que gastava demais com TV, telefone e internet por ter um fornecedor para cada serviço. Consultei os sítios dos vários fornecedores e decidi-me por um pacote completo dum concorrente da PT, que me vai poupar cerca de 45% da factura mensal.

Esta semana telefonou-me um funcionário da PT para confirmar que eu tinha pedido a portabilidade do número fixo (mesmo tendo lá o impresso com a minha assinatura e cópia do BI...) e, claro, para me convencer a desistir do outro concorrente, mesmo sem me oferecer um pacote de serviços equivalente e mais barato.

Ainda por cima apanhou-me irritado com toda a história recente que tem trazido o nome da PT para as capas dos jornais pelas piores razões. Depois de o ouvir disse-lhe que jamais voltaria para uma empresa que se deixa usar pelo poder político e que não pago para isso.

Foi quando o funcionário da PT desabafou que tinha toda a razão e que com mais clientes assim é que a empresa poderia mudar que eles funcionários também não gostam da situação.

Na verdade eu já estava de candeias às avessas com a PT desde que me apercebi que me continuaram a cobrar durante mais de um ano a ligação RDIS da outra casa depois de eu ter mandado substituir pela ADSL. Descoberta a dupla cobrança cancelei o pagamento RDIS na caixa ATM, depois de telefonar à empresa a protestar com a situação.

A resposta foi que Telepac e Sapo são empresas diferentes, ambas do grupo PT. Será, mas foi na loja da PT em Sintra que me venderam o pacote RDIS da Telepac e depois foi lá também que fui mandar substituir pelo pacote ADSL do Sapo.

Comprei e paguei na loja da PT os dois pacotes de serviços e agora dizem-me que o problema não é com eles?

Em resposta recebi duas cartas dos advogados da PT a ameaçar-me com a cobrança em tribunal de duas facturas... pouco mais de 20€.

Foi a gota de água, agora é que vou mesmo cortar o cordão umbilical.


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

E agora poeta?


Fernando Nobre, o conhecido Presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) vai anunciar publicamente a sua candidatura à presidência da República, na próxima sexta-feira, em Lisboa.

Recordando algumas notícias dos últimos dias acaba por não ser completamente novidade, embora não seja conhecida uma grande apetência de Fernando Nobre pela carreira política. Pelo menos até aqui.

Mas esta não é certamente a melhor notícia para Manuel Alegre, já em plena pré-campanha eleitoral. É que Fernando Nobre, que foi membro da comissão de honra de Mário Soares em 2006 e mandatário do Bloco de Esquerda na últimas eleições europeias, parece reunir condições para disputar ao poeta o seu eleitorado potencial, ou seja, uma boa parte do PS e outra boa parte do BE.

Neste cenário dificilmente qualquer deles poderá disputar a vitória ao actual Presidente da República que certamente não deixará de se candidatar ao segundo mandato.

Dizem as más línguas que não se trata duma verdadeira candidatura gerada pela sociedade civil, onde Fernando Nobre goza de grande prestígio, mas sim duma jogada de mestre da política dos soaristas, que ainda não teriam perdoado a Manuel Alegre a derrota de Mário Soares nas últimas eleições presidenciais.

Veremos se as más línguas têm razão.

Veremos de a "vingança" soarista também se serve fria.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Já tenho candidato em quem votar!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

TODOS PELA LIBERDADE!


Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama

O primeiro-ministro de Portugal tem sérias dificuldades em lidar com a diferença de opinião.

Esta dificuldade tem sido evidenciada ao longo dos últimos 5 anos, em sucessivos episódios, todos eles documentados. Desde o condicionamento das entrevistas que lhe são feitas, passando pelas interferências nas equipas editoriais de alguns órgãos de comunicação social, é para nós evidente que a actuação do primeiro-ministro tem colocado em causa o livre exercício das várias dimensões do direito fundamental à liberdade de expressão.

A recente publicação de despachos judiciais, proferidos no âmbito do processo Face Oculta, que transcrevem diversas escutas telefónicas implicando directamente o primeiro-ministro numa alegada estratégia de condicionamento da liberdade de imprensa em Portugal, dão uma nova e mais grave dimensão à actuação do primeiro-ministro.

É para nós claro que o primeiro-ministro não pode continuar a recusar-se a explicar a sua concreta intervenção em cada um dos sucessivos casos que o envolvem.

É para nós claro que o Presidente da República, a Assembleia da República e o poder judicial também não podem continuar a fingir que nada se passa.

É para nós claro que um Estado de Direito democrático não pode conviver com um primeiro-ministro que insiste em esconder-se e com órgãos de soberania que não assumem as suas competências.

É para nós claro que este silêncio generalizado constitui um evidente sinal de degradação da vida democrática, colocando em causa o regular funcionamento das instituições.

Assistimos com espanto e perplexidade a esse silêncio mas, respeitando os resultados eleitorais e a vontade expressa pelos portugueses nas últimas eleições legislativas, não nos conformamos. Da esquerda à direita rejeitamos a apatia e a inacção.

É a liberdade de expressão, acima de qualquer conflito partidário, que está em causa.

Apelamos, por tudo isto, aos órgãos de soberania para que cumpram os deveres constitucionais que lhes foram confiados e para que não hesitem, em nome de uma aparente estabilidade, na defesa intransigente da Liberdade.

Promotores do Manifesto:

Ana Margarida Craveiro
Manuel Falcão
Vasco M. Barreto
Rui Tabarra e Castro
Henrique Raposo
Adolfo Mesquita Nunes
Luís Rainha
Laura Abreu Cravo
Manuel Castelo-Branco
Paulo Morais
Gabriel Silva
Tiago Mota Saraiva
Alexandre Borges
João Gonçalves
Rui Cerdeira Branco
João Miranda
Nuno Miguel Guedes
Fernando Moreira de Sá
Vasco Campilho
Nuno Gouveia
Carlos Nunes Lopes
Sérgio H. Coimbra
Maria João Marques
Hélder Ferreira
Manuel Castro
Alexandre Homem Cristo
Henrique Burnay
Carlos Botelho
André Abrantes Amaral
Francisco Mendes da Silva
Carlos M. Fernandes
João Moreira Pinto
João Vacas
Jacinto Moniz Bettencourt
José Gomes André
Afonso Azevedo Neves
Ricardo Francisco
Sofia Rocha
Miguel Noronha
Pedro Pestana Bastos
Raquel Vaz-Pinto
Manuel Pinheiro
Nuno Branco
Carlos do Carmo Carapinha
João Condeixa
Carlos Pinto
Luís Rocha
Rodrigo Adão da Fonseca
Gisela Neves Carneiro
Nuno Pombo
Rui Carmo


Assine a petição TODOS PELA LIBERDADE em www.peticaopublica.com

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Hoje estou de luto...


O mar da Costa da Caparica levou esta noite um dos seus pescadores. Dizem-me que o mar não estava em condições para a pesca mas que a necessidade obrigou três pescadores a arriscar a vida para trazer para terra o sustento das suas famílias.

Em Portugal, no princípio do Séc. XXI há pescadores que não podem ficar em terra quando a meteorologia aconselha que não se façam ao mar. Porque precisam de cada dia de trabalho para o seu sustento diário.

Não conhecia o pescador que o mar levou mas sou frequentador assíduo dos restaurantes da Costa da Caparica, quase sempre pelo peixe fresco que aqueles pescadores trazem.

No Carolina do Aires, na Tasquinha da Costa ou no Camões da Fonte da Telha não me admiraria se já tivesse passado pelo meu prato algum peixe trazido pelo pescador que o mar levou.

Nem sei se ele não estaria naquela faina de final de tarde no Verão passado na Praia dos Pescadores, que a minha curiosidade me impeliu a fotografar.

Por isso hoje foi um dia triste para mim. Para a família do "meu" pescador da Costa da Caparica vão as minhas condolências e a minha solidariedade.

Que descanse em paz, esteja lá onde estiver.