segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mariana Aydar, deixa o Verão para mais tarde

É cantora, chama-se Mariana Aydar e é uma das novas revelações da música brasileira. As suas músicas passam todos os dias na rádio portuguesa, em particular "Beleza" o mais conhecido tema do seu último álbum "Peixes Pássaros Pessoas", cantado em dueto com Mayra Andrade.

Mariana Aydar é ainda uma jovem mas já com um talento bem maior que o corpo e certamente terá um grande futuro, na tradição das grandes cantoras brasileiras. Para quem como eu aprecia a música popular brasileira é sempre um prazer receber uma nova voz com a qualidade de Mariana Aydar, já publicamente elogiada pelo exigente Caetano Veloso.

Mas a curta carreira de Mariana Aydar conta já três álbuns editados. Para além do já referido "Peixes Pássaros Pessoas" editado já em 2009, publicou ainda "Brasil, Sons e Sabores" em 2005 e "Kavita 1" em 2006, donde retirei o tema que vos ofereço "Deixa e Verão para mais tarde", agora que o calor começa a anunciar que as férias estão quase a chegar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A coligação negativa por Lisboa

Esperado por uns e impensável por outros a verdade é que António Costa lá conseguiu fazer um acordo de coligação com Helena Roseta para a candidatura à Câmara de Lisboa.

Façamos um pouco de história. Helena Roseta demitiu-se do PS em 2007, ofendida por José Sócrates não a ter escolhido como a candidata natural dos socialistas às eleições intercalares na capital. Helena Roseta bem tentou, disponibilizando-se por escrito ao secretário-geral do PS que nunca lhe respondeu.

Rompendo com o PS, Helena Roseta devolveu o cartão de militante e foi promover a sua candidatura independente à Câmara, apoiada pelo recém formado movimento Cidadãos Por Lisboa. Nas urnas o resultado foi a eleição de dois vereadores e depois a colaboração com o eleito Presidente António Costa na área da política municipal de habitação.

Tudo parecia correr de feição a Helena Roseta autarca independente não fosse o PSD ter vencido as recentes eleições europeias, assumir-se como candidato a vencer as próximas legislativas e, para cúmulo, Santana Lopes lançar-se à conquista da Câmara de Lisboa e as sondagens darem-no empatado com António Costa. O que significa que Santana Lopes pode vencer no dia 11 de Outubro.

Soaram as sirenes e o pânico instalou-se nas hostes socialistas da capital. António Costa apressou-se a fazer coligações com todos os disponíveis. Com o antigo eleito e abandonado pelo BE, José Sá Fernandes, primeiro e agora também com Helena Roseta.

Fazer coligações não só é legal como natural em política, mas seria de esperar que se fizessem em torno dum projecto comum de governo local. Neste caso o que move a coligação em torno de António Costa é o medo. O medo de Santana Lopes vencer as próximas eleições como se daí viesse um cataclismo para a capital do país, que é necessário impedir a todo o custo.

É a coligação do medo, uma coligação negativa que se justifica apenas na vontade de combater um outro candidato, aparentemente mais forte. É uma coligação negativa que pouco de positivo oferece à cidade de Lisboa.

Mas é também uma coligação de muitos galos para os mesmos poleiros. António Costa já tinha um vereador com peso próprio na área do urbanismo, o arquitecto Manuel Salgado. Agora vai ter também a arquitecta Helena Roseta como "falso" nº 2 da Câmara e ainda, diz-se, o urbanista Fernando Nunes da Silva, também indicado pelos Cidadãos Por Lisboa.

A comunicação social tem exposto as diferenças de opinão entre estes três urbanistas em torno de projectos concretos para Lisboa. Como se entenderão eles sob a batuta de António Costa?

A coligação entre António Costa e Helena Roseta é também o fim da experiência estimulante da democracia participativa e da iniciativa dos cidadãos pelas causas locais, fora do espartilho da disciplina partidária.

E também nesse aspecto a democracia vai perder com a coligação negativa de António Costa e Helena Roseta.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Há 40 anos com os pés na Lua...

Faz hoje 40 anos que pela primeira vez um astronauta pisou solo lunar e esse pequeno passo para o homem e grande para a Humanidade foi tema de todos os órgãos de comunicação social e não é caso para menos. Não vou por isso acrescentar mais nada ao tema.

Apenas registar a curiosidade de há cerca de 20 anos haver um Dennis Hope que se dedica a vender solo lunar a que tiver dinheiro para o pagar. Com certificado e tudo, diz ele, mas de duvidosa legalidade. E o preço até nem é caro, bastam 65 € para comprar um hectare de solo lunar... e fazer lá uma quintinha para passar férias e os fins-de-semana... com vista para a Terra dum lado e para Marte do outro. 

É só escolher, nem consigo entender como é que os dinâmicos promotores imobiliários portugueses ainda não investiram no "negócio do futuro", com tanto e tão barato solo para urbanizar. Já não há investidores como antigamente...

Eu por mim, prefiro assinalar o dia ouvindo os Pink Floyd cantarem o "lado escondido da Lua", antes que os portugueses lá cheguem e estraguem tudo...

sábado, 18 de julho de 2009

As pessoas da política...

Alexandre Relvas, Presidente do Instituto Sá Carneiro, dá uma importante entrevista ao Jornal i, publicada hoje. Afirma Alexandre Relvas que "as pessoas da política não são as melhores do país" e tem razão. 

O que não significa que não exista gente capaz e com sentido de serviço público nos partidos. Mas, diz-me a minha experiência, são poucas e tendem a rarear. Mas Alexandre Relvas vai mais longe e mete o dedo na ferida aberta dos interesses pessoais instalados nos partidos lembrando que "também há deslealdades ilimitadas, ambições desmedidas, intrigas sistemáticas".

Em rigor não é Alexandre Relvas o primeiro a dizer o que disse. Mas dito por ele, que não precisa da política para nada, que está na vida política para servir o país e as ideias em que acredita, estas declarações têm uma dimensão diferente e por isso foram puxadas para título de capa da entrevista.

Como eu compreendo Alexandre Relvas (as minhas costas ainda não sararam...), mas o melhor é mesmo lerem a entrevista na integra. A não perder porque fala no nosso futuro comum.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Finalmente o regresso a Sintra

Diz a canção que dez anos é muito tempo. E eu que o diga depois de uma década a meter-me diariamente ao caminho e deixar Sintra para trás rumo à Outra Banda. 

Dez anos a percorrer o IC19, depois a CREL, ainda a A5 para finalmente chegar à Ponte Sobre o Tejo (para mim será sempre a Ponte Sobre o Tejo...) e desaguar sem glória em Almada, terra de todos os contrastes, do bestial e da besta. 

Ao fim do dia o reconforto do regresso premiado pela visão mágica da Serra de Sintra quando chego perto do Ramalhão e entro por S. Pedro de Sintra, quase chega para tudo compensar.

Intencionalmente, recuso-me a fazer o percurso do IC30 para aceder directo à Portela de Sintra mesmo que nesse caminho poupasse alguns minutos nos poucos que me restam no cansaço do fim do dia. Quero entrar em Sintra pelo Ramalhão a olhar a Serra de frente.

Como se um abraço protector e maternal me aguardasse ao fim de cada dia de trabalho. Agora, dez anos depois, voltarei ao cais de partida e sem vontade de partir de novo. 

Aos amigos, muitos e bons, que fiz em Almada não direi adeus nem jamais porque não quero perder a parte melhor desta longa viagem de dez anos.

Mas em Sintra sinto-me em casa e é aqui que quero ficar e envelhecer. Com a minha família, os meus amigos, meus livros, meus discos e nada mais.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Vento não é certamente e a chuva não bate assim...

Os cartazes do deputado Paulo Pedroso, candidato do Partido Socialista à Câmara de Almada, apareceram, duma noite para o dia, quase todos rasgados e arrancados dos seus suportes, como a fotografia documenta.

Os serviços de meteorologia nacionais não registaram qualquer ciclone furioso que justificasse os danos nos cartazes...

É preocupante que depois de 35 anos de democracia ainda se verifiquem ataques à liberdade de expressão política. Esperemos que tenha sido um acto isolado dum tresloucado assustado e que não se repita, a bem da sã convivência democrática no período eleitoral que se aproxima e que todos os candidatos possam divulgar as suas ideias em todo o território nacional.

sábado, 4 de julho de 2009

Adriana, dos EUA em português...

PS contra duplas candidaturas

A Agência Lusa noticiou que o "estado maior" dos socialistas reuniu-se secretamente, esta sexta-feira, para determinar que os candidatos a presidentes de câmara não se devem candidatar em simultâneo a deputados na Assembleia da República. O porta-voz do PS disse à Lusa que foi decidida uma "orientação geral", no sentido de impedir "duplas candidaturas" a uma autarquia e a um assento no Parlamento.

Esta posição já tinha sido assumida antes, embora a título pessoal, por Paulo Pedroso, candidato do PS à Câmara de Almada nas próximas eleições autárquicas, que rejeitou a possibilidade de ser também candidato a deputado em 27 de Setembro, manifestando-se totalmente disponível para um compromisso de exclusividade com os eleitores almadenses.

A esta decisão da direcção socialista não estará dissociada a imagem pública negativa por causa de Elisa Ferreira e Ana Gomes, simultaneamente candidatas às autárquicas e ao Parlamento Europeu, colocando o PS como alvo das críticas de todos os outros partidos.

Mas, vale a pena lembrar, a impossibilidade de candidaturas duplas às câmaras municipais e à Assembleia da República é, deste o ano passado, uma orientação estratégica de Manuela Ferreira Leite para a construção das candidaturas do PSD às próximas eleições, apostando na renovação, na verdade e na transparência perante o eleitorado.

Parece que a Política de Verdade de Manuela Ferreira Leite chegou agora também às candidaturas socialistas. Quem diria?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Óh Pinho, era preciso essa tourada?